André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ
Poeta escravo
Patética a vida de poeta
Escreve qual escravo alforriado
Com mãos libertas, mas acorrentado
Ainda a senzala mais secreta...
E com a porta desta entreaberta
Desfruta a liberdade do alado
Que tem as asas, mas não tem lembrado
De como voa pela vida incerta...
Na sua vida eterna de escravo
É servo como rosa e como cravo
À luz do sol que a lua refletia...
Em qualquer hora pensa: eu sou livre!
Mas sabe que na Casa Grande vive
A dona dos seus dotes, a poesia...
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