André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

 

 

Poeta escravo

 

Patética a vida de poeta
Escreve qual escravo alforriado
Com mãos libertas, mas acorrentado
Ainda a senzala mais secreta...

E com a porta desta entreaberta
Desfruta a liberdade do alado
Que tem as asas, mas não tem lembrado
De como voa pela vida incerta...

Na sua vida eterna de escravo
É servo como rosa e como cravo
À luz do sol que a lua refletia...

Em qualquer hora pensa: eu sou livre!
Mas sabe que na Casa Grande vive
A dona dos seus dotes, a poesia...

 

 

 
 
Poema publicado no livro "100 Grandes Poetas Modernos" - Edição Especial - Julho de 2017