Samuel Alencar da Silva
Capanema / PA

 

 

O lustre do amor

 

Sua luz descortina as agruras da vida
Traz ternura, paz e algo que me apraz
A cortina da chuva fina impede que eu veja
Tua silhueta no longínquo horizonte
Mesmo assim o clima é aprazível
Pois o teu lustro não me deixa cair na escuridão
Pobre do coração que ama!
Será sempre escravo da ternura
Mesmo já estando repetido de ilusão
Quem me dera ser uma gaivota!
E poder pousar no teu ninho
E sentir o calor do teu corpo
Visto que o pressentimento de tua alma
Nunca esteve distante de mim
O amanhã já não nos pertence mais
Mas não podemos viver o hoje
Visto ser grande a distância
Mesmo estando bem próximo.
O amor não deixa marcas,
Ele deixa cicatrizes inapagáveis
Só quem já foi açoitado por esse sentimento
É quem sabe que provoca um tormento
Entra de forma sorrateira e maleável
E se hospeda como se fosse velho posseiro
E nunca mais quer ir embora
Argumenta usucapião tornando difícil o despejo.

 

 
 
Poema publicado no Livro "100 Grandes poetas modernos" - Edição 2018 - Setembro de 2018