Bruno Reis Bonfim
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Salientar

 

 

Queria poder esquecer os teus beijos
E, entre outros braços não me amofinar
Fechar os olhos esquecendo-me dos repentinos lampejos
Que no clarão da aurora a tua imagem tende a me disartriar...

Declamar poesias sem nenhuma ponta de receio
Que nas estrofes dentre os teus versos de ti jamais irei salientar
Afastar-me da esperança que a alegria renovasse ao romper de cada dia
Pois, sem sentir o olor do seu perfume, não existe sentido em viver ou sonhar...

Se ainda em ti houver dúvidas, que almejo libertar-me dessa sujeição
Velejar de encontro ao horizonte, sem olhar para trás
Dizendo não às lembranças de como tudo era tão belo
Entre sonetos e duetos, germinavam a harmonia em forma de paz...

Se na escuridão da madrugada a minha ausência angustiar o teu peito
Tendo as minhas palavras de sentimento, te fazendo da felicidade recordar
Saberás que o feitiço se apossou dos teus sentidos
E com dura regência sem haver sequer clemência
Sentirás a angústia de não conjugar o verbo amar...

 

 

 

 
 
Poema publicado no Livro "100 Grandes poetas modernos" - Edição 2018 - Setembro de 2018