André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro /RJ

 

 

Do nada se fez tudo

 

E nada!
Um vácuo imenso...
E eu nem penso, nem dispenso
O nada que se faz mais denso...

Mas tudo,
E, sobretudo, mudo...
Somente o nada jaz, contudo,
No nada há um conteúdo...

E nada!
E tudo!
E isolada a minha voz!
Em uma solidão atroz...
Que era o nada mais que tudo
Em meu silêncio de veludo...

E assim nasceu a poesia!
Que fez do nada ser em tudo...
E tudo preencher o nada
Naquele instante que jazia...

... Nas linhas que eu me escrevia!

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Nós & Eles" - Volume 2 - Novembro de 2017