Sonia de Fátima Machado da Silva
Coromandel / MG

 

 

Às seis horas

 

Penso-lhe na penumbra do amanhecer,
Embora pense em você, também ao anoitecer.
Penso-lhe nas estrelas, no sol, no mundo...
Mas nada me dói mais pensar nessa hora,
pois, foi o momento em que você foi embora
deixando-me - ó mãe - um vazio tão profundo!

No entanto - mãe - algo sublime me alegra,
pois para partir não existe de fato uma regra
e às seis horas é, na verdade, a hora certa,
quando se rezam Ave-Marias e tudo acorda:
o sol, as flores, os animais - o mundo borda...
Ah! Agora sei porque nessa hora você foi liberta.

Nesse momento uma oração lhe ofereço,
e apesar da dor - mãe - a Deus agradeço,
pois sei que junto Dele você está agora...
As lágrimas um dia secarão com certeza,
mas a saudade, ah, essa na sua sutileza
virá sempre acordar-me às seis horas...

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Nós & Eles" - Volume 2 - Novembro de 2017