Samuel Alencar da Silva
Capanema / PA

 

Eu nasci para ser livre

 

Eu quero escrever um poema com a alma
Sem razão e mesmo sem direção
Mas que tenha muita emoção,
Destarte, solte-me das amarras
Livre-me de todas as algemas
Liberte-me dos grilhões infames
Chega de dialética conflitante
Basta de teorias decrépitas e falidas
Não me venham com ponderações verborrágicas!
Pois a única verdade que sabemos e
É a incapacidade de não sabermos o que é a verdade
A única certeza incontestável que temos
É a certeza de que um dia morreremos
Os demais argumentos são teorias elucubráticas
Não me engajo em nenhuma luta
Não por covardia, mas por sensatez
A única luta salutar é a luta pela sobrevivência
A fé é fraca diante da ciência
Mas a ciência é mutável e a fé insondável.
Portanto, deixe-me ser livre
Não preciso de muletas nem de guias
Quero ser livre para andar, livre para caminhar
Livre para navegar e para voar em minhas divagações.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "4º Anuário da Nova Poesia Brasileira" - Maio de 2018