Cláudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

 

Mentiras

 


Meus olhos postos no infinito,
Abstraídos no céu.
Na imensidão do azul celeste
Enxergo as mentiras proferidas
Pelos lábios meus.
O orgulho tomou conta de você;
Esqueceu-se das juras de amor.
Digo que o perdoo,
Mas não professo o amor
Que invade meu peito
Pelo orgulho de ser preterida.
Foram mentiras as palavras,
Escondidas as lágrimas sentidas...
Acabou tudo, não tem mais volta.
É mentira quando digo que acabou.
No meu coração não terminou.
O passado ainda está presente.
O presente pressente a ausência
Dos sorrisos efusivos,
Do aconchego amigo,
Das muitas lutas vividas.
Espero mesmo é tirar os olhos
Do céu azul, da cor da solidão.
Meus olhos postos no infinito,
A escuridão da noite se aproxima,
O vazio se instala perpetuamente.
Nos meus lábios a pergunta
Que não quer calar:
Por quê?

 

 

 
 
Poema publicado no livro "4º Anuário da Nova Poesia Brasileira" - Maio de 2018