Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Bondade

 

        

Hoje, amanheci cheio de bondade no coração.
Paraa aquele menino pobre, da rua,
Ofereci um pedaço de pão.
Àquela velhinha, cara de pasta de figo amassada,
Que já foi moça bonita e desejada,
Ajudei a atravessar a rua.

Resolvi perdoar meus inimigos-
Pessoas que não me querem bem.
As que invejam-me, perdoei também.
Aí fui à Igreja e perdoei a mim mesmo,
Por não ter ido mais lá.
Aquela ofensa que me fizeram
Também ficou esquecida.
E as pedas que atiraram-me,
Não as devolvi e sim
Joguei-as ao fundo do mar…

Quando a noite chegou,
Com seu manto estrelado a envolver-me,
Ainda restava bondade em meu coração.
Não consegui gastá-la toda,
Ao longo do longo dia.
A sobra, atirei ao vento
E ela se misturou ao ar
Em volta de minha casa.
Então fui para o jardim e lá, ela abraçou-me.
Melhor carinho que esse, não poderia dar-me
E agradecido, languidamente adormeci em seus braços.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "5º Anuário da Nova Poesia Brasileira" - Agosto de 2019