Paulo Vasconcellos
Capanema / PA

 

 

 

Magnânima singeleza

 

Quisera eu poder alcançar o cume de uma montanha
Para lá usufruir o ar puro da natureza
E sentir o vento balançar meu corpo
Fazendo com que eu tenha que buscar proteção
Para não desabar montanha abaixo.
Quisera eu poder contemplar o meu coração
Com a ternura que a mim se oferece
Em contínuas palpitações reveladas através de um pensamento fértil
Compensado por bravura e capacidade
Tudo de acordo com a simetria
Incorporada por ligeira inclinação
Moldurada de carisma enigmático
Que me faz suportar a ansiedade
Demonstrada de forma explícita
Provocada pela dor da saudade
Com rigor aprimorado de cautela
Cravada no seio da intimidade
Ante a valentia da minha reação
Mesmo que ela seja emblemática,
Filosófica ou até transcrita em um pedaço de papel.
O que importa é a minha simplicidade
Oportunizando-me crenças ocasionais
Revigoradas pela essência do saber.
Quisera eu poder abraçar o mundo inteiro
Para adotar uma fagueira emoção
Que se embrenhara livre na floresta
Dificultando o meu encontro com a felicidade
Momento que eu tanto sonhara.
Eu propunha pelo menos um aperto de mão
Por me sentir fragilizado pela dureza da melancolia
Traduzida em doce e terna paixão
Que se tornara avassaladora
Um caso de amor incondicional
Em consonância com a razão.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "5º Anuário da Nova Poesia Brasileira" - Agosto de 2019