Teresa Cristina Cerqueira de Sousa
Piracuruca / PI

 

 

O adeus do bem-te-vi

 

           

Um bem-te-vi vinha toda manhã pousar num jasminzinho cheiroso a um lado da casa de meu pai. Meu irmão gostava de ficar na varanda deitado numa rede de tucum. Os sons do pássaro percorriam os arredores... Ah! Que todos ficavam deslumbrados com o canto.

Oh, meu bem-te-vi
No jasmim de minha porta
Traz minha sorte!

Então, meu pai descobriu que a preguiça era a companheira de meu irmão. Ele é um preguiçoso, não é? Um único filho e não quer trabalhar! E houve discussão e gritos em minha casa. Nesse dia, o bem-te-vi voou assustado. E ele olhou ainda para trás. Mas ninguém viu.

Na confusão do vento
Voos de pássaros tristes –
Bem-te-vi não canta

 

 

 
 
Poema publicado no livro "7 Pecados Capitais"- Edição Especial - Abril de 2017