Lucivalter Almeida dos Santos
Nazaré / BA

 

 

A disputa dos sete pecados capitais

 

           

          Certa vez um grupo de “amigos” se reuniu, querendo disputar entre si, quem dentre eles, era mais influente entre os humanos. A reunião se estendeu, porque todos neste contexto gostariam de assumir o reinado. Ninguém queria ficar para trás; achavam-se poderosos, por exercer influência na vida das pessoas: O ORGULHO, logo se apresenta, se orgulhando de causar empolgação na vida das pessoas; não aceita ficar por baixo; saber se exaltar é o seu forte e se acha o melhor entre as demais!  

          Em seguida, faz uso da palavra a AVAREZA, dizendo que não se pode ter mão aberta, pois se corre o risco de empobrecer; saber controlar o que tem, atrai para si a atenção de pessoas que são ambiciosos, e que não perderão a oportunidade de escolher alguém que sabe guardar, para ter no amanhã.

          A INVEJA por sua vez falou: “sou especialista em competição; não deixo ninguém sobressair perante mim. Faço as coisas melhor que os outros; minha capacidade sobrepuja; não fico por baixo de jeito nenhum; não aceito em nenhuma situação; vou além das possibilidades”!

          A IRA toda autoritária disse: “tenho temperamento forte; sou conhecida e temida por todos; quando entro em ação, saiam de perto, não queiram medir forças; meu semblante já diz que não estou pra brincadeiras; não penso pra agir; e as consequências são desastrosas”!

          A LUXÚRIA então começa a falar: “Eu chego como não quero nada, mas trazendo minha principal arma que é a sensualidade; invisto pesado; parto para o tudo ou nada; mim torno irresistível; dificilmente não alcanço meu objetivo; sou tão forte, que é difícil não caírem nas minhas garras”!

          A GULA falou: “Agora é a minha vez; sou conhecida pelo meu apetite  exagerado; de fome não dar pra morrer; pode até ser de barriga cheia. Mim alimento mais pelos olhos, do que o organismo possa suportar; que venha comida!”

          A PREGUIÇA então perguntou: “Já chegou a minha vez? Nem percebi! Sombra e água fresca são a minha peculiaridade; como disse o poeta: ando devagar..., mas no meu caso é porque não tenho pressa mesmo; gosto de encontrar tudo pronto; trabalhar não é o meu forte; dar gastura só em pensar nisto”! 

          Findando  a declaração de cada um dentre os sete, percebe-se que todos de igual modo são nocivos tanto para a vida social, moral quanto espiritual. Atentar cuidadosamente para o perigo de um e descuidar do outro, pode-se permitir o “reinado” absoluto de qualquer um deles na vida do ser humano, causando danos irreparáveis!

Nota: Os assim ditos “pecados capitais” não são bíblicos, mas fruto de reflexões morais, sobretudo da Idade Média. E são chamados capitais porque geram outros pecados, outros vícios.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "7 Pecados Capitais"- Edição Especial - Abril de 2017