Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Ampulheta da vida

 

Vira para um lado e para o outro
Esvaindo a areia lentamente
Sem pressa mas com precisão
E o ciclo recomeça
E a alternância do movimento continua
Passam os dias  como conta-gotas
De repente a areia dá sinais que o ciclo não se renovará
As flores começam a murchar
Os galhos ficam desnudos, aparecem
A selva sem cor
Os pássaros emudecem
As nuvens se dissolvem
O silêncio  interno impera
As reflexões começam a brotar
A areia da ampulheta começa a perder o vigor
Na estante inerte empoeirada ficará
Até que outra vida que virá coloque a funcionar

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Poemas do Amor Maior"- Edição 2019 - Janeiro de 2020