Claudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

 

Livramento

 

Diante do beijo da morte
E da angustiante face da eternidade,
Os dias ensolarados em Fortaleza
Se desfizeram em fração de segundos
Enquanto a certeza da fragilidade humana
Levou-me a constatação que a morte,
Último inimigo a ser vencido,
É assustadora
Quando não se tem certeza da vida eterna.
Deparei-me com a doce
Presença do Autor da vida
Poupando-me do fim certo,
Destino final de todos os homens.
A vida nos sorriu novamente,
Brindou-nos com o sopro de vida.
Fez-nos ver a solidariedades estendida
Pelos braços desconhecidos
Que se fizeram amigos.
Na Colônia do Gurgueia,
Morte e vida,
Duas faces da existência humana,
Foram decididas
Não pelas mãos invisíveis do destino,
Mas pela ação do soberano Deus,
O qual escolheu poupar
A mim e minha família
Quando tantos outros
Perderam a vida na BR 135.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Anuário da Nova Poesia Brasileira"- Edição Especial - Maio de 2017