José Everaldo de Araújo
São Paulo / SP

 

 

O vento


Ouço a voz do vento
ao sintonizar meus ouvidos,
e sinto por um momento
os seus sons tão definidos.
Confesso que posso escutar
as vibrações tão distintas,
que parecem então brincar,
em meus tímpanos fazem fintas.
Singelo vento diurno,
és parte da natureza,
excelência há em teu turno,
carinho poder e destreza.
Se bravo, destróis o que há,
calmo, embalas uma flor
o teu enigma é sem par
és um eterno propulsor.
Como brisa és tão terno,
zangado perpetuas a dor,
fazes virar um inferno
o teu poder agressor.
Prefiro ouvir-te calminho
Sem barulho, sem pavor,
que me acompanhe no caminho
essa brisa que emana amor.

 

 
 
Poema publicado no livro "Anuário da Nova Poesia Brasileira"- Edição Especial - Maio de 2017