Maria José Zanini Tauil
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Chuvas e flores

 

O agricultor não vive
Sem a colheita
Observa o atirador
O alvo atingido
O médico aguarda
Do remédio, o resultado
E eu, Senhor, sou açoitado
Por chuvas de provas
Será que resisto?
É orando, que insisto!


Não me abandones, Senhor!
Que eu suporte o vento gelado
O frio cortante, o cabelo molhado
Assim, de alma encharcada
Que eu seja em teu colo carregada
Pois tenho medo de me afogar

Mas que no final
Surja o sol
E eu possa colher
Após a diversidade
Todas as flores
De formas e matizes
E fazer meu buquê
De  felicidade

 

 
 
Poema publicado no livro "Anuário da Nova Poesia Brasileira"- Edição Especial - Maio de 2017