Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR

 

 

Andanças

 

 

Prodígio, para a humanidade,
Na solidão de tempos, idos,
Sem aplausos, sem fotografia
Com destreza, caminhou. 

Foi a grande façanha, 
Desceu das árvores
Em pé, escalou a montanha
E, na planície correu,
Assim a Terra, conquistou.

Hoje, em cada novo ser
Nada de novo, tudo se repete
O gatinhar é o começando, 
Ficar em pé, cambaleando
Dar uns passinhos, mais outros...
E, depois se aventurar.
Quem assiste, é só alegria, 
Quem se arrisca, a pura felicidade
Só comparada, a primeira palavra.

Nas andanças da vida, procurar um par.
Almejar ser com ele, o fim da existência.
Quando então, deixar de andar,
E, ser carregado, até a última moradia.

Todo o andar conduza a enseada,
No ancoradouro, haja a bonança
Seja por onde a andança,
Vai encaminhar, para proporcionar
Estar com os que amamos!

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Andanças"- Edição 2019 - Fevereiro de 2020