Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 101 - Junho de 2013


EDIÇÃO
HISTÓRICA


 


Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

Corro risco

 

Quando
não abro a mão ao irmão que pede
desrespeitos as leis e os idosos
meu coração aos pequeninos não cede
vejo a violência como sinal dos tempos
Quando
só eu tenho água para lavar as mãos
acho que a solução está na minha palma
concluo que rezar é só um ato de fé cristã
confundo o corpo com a alma
Quando
vejo a emoção como fraqueza
uso meus recursos só em benefício próprio
não me incomodo com a mãe natureza
minha escala de valores está no meu umbigo
Quando
penso que quem sente saudades é por remorso
deixo a má vontade me abater
não respeito as medidas do meu estômago
uso a arma das lágrimas para convencer
Quando
procrastino uma decisão
disfarço a minha dor
coloco a esperança antes da ação
mendigo migalhas de amor

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