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André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

Meus poemas

 

Os meus poemas...
Podem ser inúteis... Um filme de terror?
Talvez deles fique a intenção de escrevê-los...
Ou ao planta-los deem alguma flor...
Talvez na correspondência a função de selos,
Lacrando as mensagens para mais tarde
Serem lidas sob o sol num fim de tarde...

Os meus poemas...
Podem ser os pálidos escritos de emoção
Ou pedidos de socorro: "May Day", "May Day", "S.O.S."
Para um mundo, cujos dias caminharão
A uma consumação sem luz, sem prece...
Eles podem ser a própria inexistência de tudo,
Mas ser para o nada alguma coisa, contudo...

Os meus poemas...
Podem ser um barro, cru, sem liga simplesmente
E jamais se tornarem, ou tornearem bela escultura
Serem apenas elucubrações de uma demente
mente que vive num caminho até a vida futura
De uma sepultura em cova rasa ou funda, mas nem tão profundamente...
Talvez os meus poemas sejam só pra mim...
Talvez alguma estrofe ou rima toque ao peito
E no leitor venha surtir miocárdio efeito...
Quem sabe meus poemas salvem da tristeza
Alguma alma enfim acesa, antes que último verso,
Ante ao confim do universo, ao ponto final perverso:
Chegue ao seu fim!...

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 144 - Dezembro de 2016