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Sandra Berg
Belém / PA

 

Eternamente tu

 

No calendário do santo do dia
Marcaram-se datas importantes para comemorar
O momento que se quis guardar
Sob um número circundado por um risco à caneta.
Coisas que fizeram parte dos teus sonhos
Pequenos projetos que te motivaram,
Lembranças que viveram em ti
Levaste contigo.
Engraçado como são irrelevantes as datas
Diante do tempo que passa.
Ficou tudo tão distante que já nem me lembro,
Mas, o coração, esse recorda e chora.
Era mágico ouvir o canto das cigarras
Num fim de tarde qualquer e saber
Que estavas ali ao portão
Esperando eu entrar para dormir.
Pra lá da serraria podia-se ver o rio,
A primeira vez que eu o vi
Estavas ao meu lado
Ele me pareceu azul como o mar.
Tiveste que me levar até o rio
Para que eu pudesse, hoje, sentir o rio emergir de mim.
Ficaram as sensações impregnadas
Nos registros das minhas células.
Éramos tão ligadas,
Sinto-te como o vento suave nas minhas costelas.

 

(Homenagem a minha avó Virginia Torres - em memória)


 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 144 - Dezembro de 2016