Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Tempo em festa

 

Tempo!
Depois de trinta anos
Os versos não se calaram
Porque as múltiplas vozes do tempo
Carregaram em seu manto de produção
Muitas histórias narradas pela espada da dor
Que atingiram sonhos realizados na direção do amor
E que como barcos ao mar a navegar em suas infinitas águas
Modificaram vidas, projetos, discursos, versos, canções e palavras
E numa única voz embalada por milhares de vozes a história se contou
E a celebração da palavra se firmou na densa estrada de quem tudo avistou
De seu canto simbólico a imaginar vivas poesias anunciando o futuro amanhecer
No embalado cruzamento de letras que se derramam em cada página escrita
Em cada página lida a esperança de um belo raiar anunciava o digno leitor
Que em seu leito de pensamento extrai de si uma procissão de letras
Embaralhadas em um grito solitário que proclama a humanidade
A se redimir de suas vestimentas tradicionais e fixantes
Formando discurso repleto de múltiplas liberdades
Onde a minha luta combate a paralisia dementes
De quem não consegue sair de seu nascimento
E numa profusão de congeladas reações
Permanece em sua vã mesmidade
Observando de longe quem
Partiu desta vida contente
Deixando dentro de nós
Uma eterna alegria
De ser e estar
Sendo

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 145 - Janeiro de 2017