Eduardo Luiz Silveira
Itapevi / SP

 

Adeus, Gullar!

 

Gullar, filho de boa terra, Maranhão.
Poeta de fácil entendimento e compreensão.
Poeta de constante e irreverente inquietação.
Do Poema Sujo a Noite Veloz,
A ousadia do poeta guerreiro e algoz,
Em cada verso teu a alma, a essência de todos nós.
Modernismo puro, concreto e singular.
Poeta do trem sem destino, vai pela serra, pelo mar.
Poeta da Praia do Caju, Pela rua, No túmulo de Uzdar.
Pequeno que sou frente a este mito sagrado.
A mim, grande é a obra, a influência, o legado.
Jamais será esquecido, poeta bem-aventurado.
Nem a repressão conteve o teu clamor.
Uma nova e promissora geração exalta o teu valor.
A arte foi a tua vida, arte feita com amor.
Eis que deixou essa vida e já nos deixa saudade.
A trajetória que conquistou tamanha notoriedade,
Tua vida e obra tem lugar na eternidade.
A cada verso redigido uma lágrima cai dos olhos meus.
O poeta descansa em paz ao lado de Deus.
Com carinho e profundo sentimento, Ferreira Gullar... adeus!

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 145 - Janeiro de 2017