Anchieta Alves de Santana
Uruçuí / PI

 

Labirintos da vida

 

É no instante sagrado
Em que é soprado o fôlego da vida
Que começa um quebra-cabeça...
São peças e mais peças
Que a cada instante vêm e se encaixam...
Peças que vão, peças que ficam...

Mas na sabedoria divina não cabe ao homem
A próxima peça adivinhar
Como saber do amanhã
Se o amanhã ainda virá?
Mas o amanhã nunca vem!
Ele sempre manda o hoje em seu lugar
E o homem não sabe disso.

...Mas vão chegando as peças na medida exata
Para o quebra-cabeça Continuar...

Cada um com o seu
Numa montagem gigante e singular
Sem vontade de terminar
Sempre esperando que o amanhã,
Que o amanhã ainda virá...

Mas, a última peça Deus quis decifrar
Fechando a labuta com o último suspiro.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 145 - Janeiro de 2017