Rosemary Gobbo Duarte
Rio de Janeiro / RJ

 

Refúgio

 

Ah, que falta me faz
Um chalé emoldurado com sinuosos arbustos
Ladeados de capim cidreira e amarelas bromélias
A adornar as janelas
Num convite ao sol da manhã adentrar.

Um longínquo Vale verde
Numa planície encantada
Pra meus ouvidos apurar
Com o harmonioso concerto dos pássaros
Na perfeita acústica da Natureza.

Ah, quanto bem me faria...
Um aconchego de emoções díspares
Ao redescobrir-me, de repente, retratada
Feito uma obra de arte incrustada numa encosta
Verde-esmeralda!

E sonhar... sonhos de outrora, nesse refúgio sombreado
De tom madeirizado
E paredes revestidas de rochas cristalinas em sintonia
Com o murmúrio do curso d’água orlado por buritizais
A aguçar meus sentidos no coração do cerrado.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 145 - Janeiro de 2017