André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Alma

 

Sei que a alma tira o fôlego
Nos seus voos espetaculares
Pelo céu azul por sobre os mares
Deixa o corpo inerte, trôpego...

Sei que a alma deixa sua casa
Leva o etéreo coração pra rua
Sai completamente leve, nua
Pois, o pensamento lhe abrasa...

Quando o sentimento se associa
Vai voar nas asas de uma ave
Ou se transformar em brisa suave
Arejando em forma de poesia...

Nada a faz parar, nem mesmo a treva
Pois, a luz que leva não presume
De uma vela ou de um vaga-lume
Dissipando a escuridão se eleva...

Sai da atmosfera deste mundo
Vai num sonho lindo às estrelas
Pelas nebulosas entretê-las
Na velocidade de um segundo...

Na lembrança um lugar apenas
Um lugar no tempo onde mora
Luminosa paz fazendo a aurora
Transformando escuridões amenas...

Lá eu vejo a alma e seus pares
Aos milhares na contemplação
No silêncio: Prece e comunhão...
E depois quais aves lá se vão
Rumo aos voos espetaculares...

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 146 - Fevereiro de 2017