Francisco Ferreira
Conceição do Mato Dentro / MG

Deidades

 

Um pequeno deus é o que queria ser
pois grandes deuses pesam o universo
e nossas mentes. Congestionam.
Burlando a vigilância irascível do tempo
eternizar o segundo último
d’antes da ejaculação. Ali, de fato, o paraíso.

Amarrar tua boca
em minha língua
em nós de nós de existência.

Ferir teu peito de amores por mim
e só por mim, cegar-te os olhos
em seletivas visões.

Mas se não sou deus, se sou pequeno,
se sou passível de desvarios
amo-te apenas! Nada mais!

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 146 - Fevereiro de 2017