Wagner Dias de Souza
Rio de Janeiro / RJ

 

Azul borboleta

 

 

Borboleta o céu colore,
Semelhante ao beija-flor
Plana baixo sobre a flor,
Delicada, sorve o pólen

Transluzente em puro rosa,
Morrem as asas, se desbota
De novo em larva se transmuta
E por um tempo se enclausura

E do casulo, em novas asas,
Revoa abaixo de impoluto céu,
Um duplo azul que não sobeja

Sentindo ausente a violeta
Se aprochega das acácias,
Ressurgindo isenta de fel.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 147 - Abril de 2017