Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

 

 

Manuel Bandeira

 

A cabeça criativa e genial de Manuel Bandeira
O fazia encostar à linha tênue do inatingível
Criava “mundos” invisíveis...
Mas com análise aprofundada, concluímos que sua fantasia
Era palpável... e possível
 
Dizia... beijo pouco e falo pouco
Mas recompensava com uma ternura mais profunda
 Usando o neologismo para realçar seu lirismo
Como exemplo... a “criação” do verbo teadorar
Quando em suas fantasias se declara: Teadoro... Teodora

O recatado poeta driblava a própria fantasia
Apesar de nunca ter se casado
Teve imparidade na forma de amar, como em sua poesia
Ao mesmo tempo... a três amou e por elas foi amado

Contornava esta situação amorosa inusitada
Com a mesma habilidade com que escrevia seus versos
Pois não há registros de desavenças, tampouco rancor
Entre as amadas do exímio escrevedor   

Talvez: pela sutileza, doçura e delicadeza
Porque quando a elas se referia
Usava o termo “amiga”...
Com equilíbrio e notável desenvoltura
Que até os mais próximos acreditavam em sua postura

Foi corpo, alma e voz da poesia
Assim sendo podemos concluir que “Pasárgada”
Não somente em sua mente existia
Porque mesmo aqui, sem ser amigo do “Rei”
Tinha as mulheres que queria.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 148 - Maio de 2017