Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

 

Olhando teu rosto

 

Quando olho teu rosto, mãe
Vejo como o tempo carinhosamente
Deixou marcado em ti gestos de carinho e amor
Nos lábios, o desenho de todos os beijos
E conselhos que deste e disseste
Nos olhos, lágrimas bordadas
Que suavizaram dores e risos de emoção
Nas pálpebras, contornos de tanta oração
Na testa, caminhos tricotados e percorridos
No ensinamento das lições da vida
Nos cabelos, fachos de luz que iluminaram
Noites e dias no cuidado da saúde dos filhos
Na face, tatuados os sorrisos de satisfação
Por ver que conseguias cumprir o teu papel
de mãe cuidadosa, guerreira, amorosa
No pescoço, a pele de rainha de tanto
Olhar os céus para pedir
E abaixar para agradecer
A alegria contornando teu rosto
Por cada sucesso de um filho teu
A aura dourada por cima
Da tua cabeça pelo dever cumprido
Mãe, nada se compara ao teu amor
Fizeste um berço dentro de ti onde acolheste
Teus rebentos, teus motivos de viver
E deixaste um ninho de amor
No coração onde ficou escrito
“Amor de mãe não tem começo nem fim
É eterno”.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 149 - Junho de 2017