Lourival da Silva Lopes
União / PI

 

 

Na solidão do nada

 

Ando meio recluso, pensativo e distante,
Vendo os dias se apagarem repetidamente,
Sem chance de luzirem novamente.
Cada dia tem uma luz que se apaga
Para acender uma outra no dia seguinte.
Me ver passar esperando o dia que vem
Me angustia e me desespera,
Pois sei que o caminho de todo homem é a solidão,
Essa dor que desespera e angustia
Aqueles que vão ficando vazios, secos de pessoas.
Não morremos de mãos dadas,
Mas levamos as mãos à altura do peito
Para descansar das horas que se vão.
Esse descanso me tirará da solidão
E me levará ao nada, que é o fim de todo crente.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 149 - Junho de 2017