Rosemary Gobbo Duarte
Campinas / SP

 

 

Fator sono

 

É madrugada.
Uma mente inquieta não consegue conciliar o sono.
Pensamentos aturdidos pela turbulência de preocupações
Parece não se darem conta da situação - contra o sono
Não pode haver resistência e a quem ousar enfrentá-lo
Costuma causar um mal danado.

Confusas imagens mentais
Cruzam-se aleatoriamente...
Deixam-se levar pela agitação interna
A estremecer todo sistema nervoso que reveste
A estrutura física de um organismo vivo.

Mas o coração, ainda que a sofrer leves reflexos desses distúrbios
Mostra-se sereno e alheio ao que acontece ao seu redor...
Continua a pulsar incessantemente e a emitir
Revigorantes energias aos centros vitais da consciência;
E a insônia, passa a se render aos estímulos benéficos
Que o repouso fornece aos seres humanos
Através do fator sono.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 152 - Setembro de 2017