Edvan Costa da Silva
Juazeiro do Norte / CE

 

 

 

O meu eu interior

 

Vejo-me com os olhos que sempre me veem,
Varrendo o céu do meu eu interior
Que me cobre e me faz existir,
Numa existência que me obriga a viver
E me faz conhecer quem sou eu por dentro.

Desesperadamente, tento enfim, compreender,
Ao ver que é possível percorrer minhas entranhas
E testemunhar um mundo sibilino
Com bilhões de seres dentro de um só
E compactados em imagens até estranhas
Que perfazem o meu eu feito pelo divino.

Vejo e escuto o meu ser dentro do peito,
Como: sopros, sons e batidas,
Mantendo-me vivo nesta vida
E que fazem parte e me completa,
Dando-me a certeza da mais bela dádiva
Que de Deus me foi concedida.

Ao acordar na esquina dos meus sonhos,
Eu sinto a vida latejar em meu ser já feito
Que vem e preenche o escuro e o encarnado,
Dois tons no meu mundo aprisionados
Que guarda algo tão imortal quanto perfeito
E invisível aos meus olhos de pecador
Que é o espírito habitando em meu viver
E que faz parte do meu eu interior.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 152 - Setembro de 2017