Maria C. Feijó
Pelotas / RS

 

 

Visão desconhecida

 

Dia entorpecido na visão foge a luz
cinza indefinidos traços
Jardim opaco desarmoniza confunde
Possuída pela tristeza contagiando
a flor a procura de afago no seio
da Mãe Terra
Imobilizada na espera
de quando as flores voltarão

O sol não brilha não ilumina
fortalece a frieza em minhas mãos
A química reage proliferando-se
no traste em que estou
A cor predomina, mesmo
que os meus olhos não queiram
Até que o dia ao entardecer diga adeus
O lastro da fé mantém-me acessa

Possa recomeçar a trilha sagrada da vida
com o perfume da flor singela
e as cores da aquarela
embelezando a visão desconhecida

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 152 - Setembro de 2017