Claudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

 

Nostalgia

 

Como posso fazer você enxergar
Que nada em mim mudou?
Continuo amando-te como da primeira vez.
Desfaço-me em lágrimas doridas
De tão sentidas nostalgias.
Careço de palavras tuas
Enquanto só há silêncio.
Nunca foste sarcástico,
Pelo contrário, eras doce como mel.
Vinte anos de casamento foram lançados ralo abaixo.
E por quê? Por um deslumbramento,
Que, creio eu, vai acabar em traição.
Chorei demais para valer.
Hoje, espero sorrir milhões de sorrisos de nostalgia,
Mas também de contentamento.
Enquanto você se afunda em arroubos juvenis,
Vou curtindo a vida,
Sabendo que aqui, tudo,
Tudinho mesmo é passageiro.
Só não é efêmero
O amor que Deus sente por nós!

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 152 - Setembro de 2017