Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Pano de chão

 

Arrasado por um amor
Jogado ao chão
Pisoteado como um trapo de gente
Abandonado no entardecer de uma existência
Saudades quando o coração acelerava de prazer
Pano de chão conflito de um amor impossível
Que reacende a cada brasa que ainda queima dentro do peito
Exalando pensamentos hoje só lembranças
A roda da história passou como um meteoro incandescendo um ser
A alegria tinha voltado junto com a esperança de um novo amanhecer
Pano de chão  hoje trapo puído o sentimento já remediado
Ficaram só os porquês de tudo acontecer e tudo desaparecer como fumaça
Embotando os olhos os olhos que outrora brilhavam
Hoje é fósforo queimado

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 153 - Outubro de 2017