José Everaldo de Araújo
São Paulo / SP

 

 

Pavor da noite

 

O pavor da noite que assola o fraco
No desvario de seu medo constante
Vai exterminando seu frágil controle
Que por desespero fica vil e arrogante.

Enfurecido pelas condições extremas
Expressa seu pavor, como uma apostema
De um ferido que está com muita dor.

Abatido e totalmente fragilizado
É prisioneiro de uma situação,
Encontra-se perdido e abalado
Desprovido da própria razão.

O pânico, deveras desmedido
Elimina a coragem do sofredor,
Que só deseja estar escondido
Por estar à prever o horror.

A resolução do imaginário
Do cérebro que está à computar
Reações diversas de um calvário,
Que ali se instalou e quer ficar.

As perspectivas de um raciocínio
Intranquilo e comprometedor,
Abre as portas para um fascínio
Poderoso, cruel e estarrecedor.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 153 - Outubro de 2017