Roberto Antonio Deitos
Cascavel / PR

 

 

A dívida contra a vida

 

A dívida que se multiplica
Multiplica a fome, a desgraça e a miséria
O desemprego, o desalento e a depressão social
O desencanto, a violência e a morte
É a exploração multiplicada
É morte na vida como uma dor consumida
Como uma dívida eterna
Porque mata todos os dias
Como parte de todas as mortes
Que matam muitos
Como uma eternidade que mata diariamente
Sem piedade!
Os donos do capital sangue do povo negociam
Espoliam, exploram, especulam...
Na forma da dívida
Transformam a vida em dinheiro
Subtraída a própria vida
É a morte do futuro!...
É a humanidade padecida
É a destruição humana
É a desumanização como horizonte
É a barbárie promovida
Em altos escalões republicanos!

(Para Maria Lúcia Fattorelli, Auditoria Cidadã da Dívida,
na luta em defesa do povo brasileiro)

 

 

 

     

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 153 - Outubro de 2017