Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Bolha de ilusão

 

Protegido das maldades cotidianas
Segurança frágil que um dia pode estourar a qualquer momento
Espalhando maldades pela caixa de pandora a fora
Bolha de ilusão do amor que parecia eterno mais escapou por um pequeno orifício
Bolha de ilusão onde nada é eterno na divina comédia humana de Dante
Bolhas de ilusão da vida protegendo das flechas atiradas em alvos certos
Acertando a profundidade da alma
Ferida por amores saudosos que dilacerou corações
Chorando ficou como uma sanfona xorona
Bolhas da ilusão do útero materno exposta depois as intempéries
Dia a dia jogando ao vento ventania resistindo enquanto puder
Sem perder a esperança a cada por do sol
A cada lua que surge tímida ao pé da serra castigada pelas geadas
Congelando as veias que teimosamente pulsam
Bolha de ilusão seria tão bom e eterna como a alma
Que retorna das cinzas de uma fênix

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 154 - Novembro de 2017