Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Dança horripilante da violência

 

Na dança horripilante da violência
Seguimos a vida sem aquele velho sentido de antes...
Pois não suportamos mais nenhuma notícia da dança horripilante da corrupção
Que tem tanto nos feito mal nesses angustiantes dias 
Sob o governo do desgoverno agovernamental

Na dança horripilante da trágica história
Seguimos a estrada sem saber onde ela vai dar
Aborrecidos e desnutridos de nossa razão
Não compreendemos porque tantos homens bebem águas sujas
No prato da malvada corrupção,
Criando um novo sentimento que corrói nosso pobre coração.

Na dança horripilante da violência
Seguimos com a democracia aprisionada por insanas mãos
Que ditam, há anos, em suas cartilhas de pseudos discursos,
Deveres que nos escravizam desde a senzala da destruição...
São bichos selvagens que dominam nossa forma de pensar, ser e agir
Formando em nós um “nó” que a representação é incapaz de desvendar
Porque o que fazem tem apoio de tanta gente
Que perdeu o sentido de ser gente.

Na dança horripilante da violência
Seguimos a tocar a vida, mediada pela estúpida colonização
Que nos moldam como povo obediente, cativo e leal
Divididos por forças podres, oriundas do sistema que tira de cena
A verdade rastejante, oprimida, ameaçada, escravizada...
O que ainda nos falta acontecer?
Falta-nos coragem para fazer a mudança

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 154 - Novembro de 2017