Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA
Reminiscências
A tarde vai findando.
Já pinta de ferrugem o horizonte.
O meu coração que no silêncio se esconde.
Por trás da tarde serena olhando os montes.
As horas passam desamparadas.
E o peito a soluçar momentos que nunca esqueceu.
E o coração se entrega ao afago expectante.
De todos os instantes que um dia viveu.
E da janela a brisa suave e fria.
Estende a mão para a noite a chegar.
E o silêncio atônito.
E o olhar distante.
No semblante sombrio a suspirar.
Nenhum alento vem trazer a madrugada.
O coração, ouvidos, desejos, tudo fantasma...
Até que lentamente amanheceu.
Então, elevo os meus olhos para o alto.
E a prece silenciosa que murmura “quando o encanto se perdeu”?
A angústia retrocede na mente vaga.
E o coração recolhe só as alegrias.
Então percebe que o céu está azul.
Tão azul como o céu dos nossos dias.
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