Claudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

 

Simplesmente simples

 

Como gostaria de voltar aos tempos de infância
Quando tudo era simples como as pombas que voam.
Quisera ter asas para voar para o sertão agreste,
Mas não o sertão deste tempo presente.
Ouvir as andorinhas cantando,
Sentir o cheiro do café sendo feito,
Saborear os bolinhos de chuva ou as broas de milho.
Que saudades da minha infância querida,
Quando de fato éramos crianças felizes,
Brincando de pique-pega, esconde-esconde;
Não tínhamos bonecas caras nem videogames.
Nossos brinquedos eram feitos de casca de melancia,
Outras vezes de sabugo de milho.
Nos fins de tarde, sentávamos para ouvir os mais velhos
Contar casos e histórias dos mais antigos.
Era simples, sem complicações a vida da gente.
Simplesmente tão simples viver, sonhar e acreditar.
Saber que o ser humano era valorizado,
Não pelo dinheiro que tinha,
Mas, sobretudo pelo que era de fato.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 155 - Dezembro de 2017