Inda é pouca a água de banhar os sonhos
Talvez por causa dos desvios perto das fontes
Promovidos nos conluios entre atores
De nojento banditismo formal.
Inda é pouca a água de batizar as vidas
Muito pouca
Que nem dá para sacralizar a esperança.
Por enquanto, Senhor, a vida de minha gente
Não sai nunca do rascunho.
Não sai nunca.
Nunca.
Dá pra, pelo menos, lavar e passar a limpo, meu Deus?!
Poema
publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos -
vol. 155 - Dezembro de 2017