Elizabeth Maria Chemin Bodanese
Pato Branco / PR

 

 

Adeus, Nelson de Deus

 

Seis da tarde, em Agudos tocam os sinos da Catedral!
Frei Gustavo sente de um grande amigo o adeus final.
Frei Nelson Rabelo, confrade, companheiro,
O menino de Aparecida, como as flores do baobá,
Nas cores da Paz e do Sagrado, a Deus era enviado.

O poliglota, letrado, em Londres estudado!
Em Petrópolis Ordenado e Porto Alegre Bacharelado!
Da pequena Kennedy o batizado
nos Estados Unidos realizado!
No Vaticano, evangelizado!
A Pato Branco, foi o franciscano consagrado!
E assim, nas pontes construídas com humildade,
Amor, fé, otimismo, simplicidade...
Na sapiência de suas mensagens,
O frei da comunicação, do saber, da bondade,
Um dia pediu para que nessa cidade repousasse
Quando Deus o chamasse...

Matriz São Pedro Apóstolo repleta de amigos!
Chegou a hora da despedida...
Lágrimas roçam as faces entristecidas...
O corpo do homem do burel cor da terra
Dorme em paz na frente do altar
Quando lá de cima da Cruz de Jesus,
Do mosaico de pedrinhas brilhantes,
Um belo pássaro alado desce suavemente,
E sem se importar com tanta gente,
Sobrevoa e pousa ao lado do frei velado.
Palavras, jamais desvendarão tamanha emoção!
Para os mistérios de Deus, não há explicação.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 155 - Dezembro de 2017