Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA
Além do coração da alma
Debrucei-me por sobre a tarde fria.
A negar-te, a querer-te a odiar-te.
E no remanso a inquietude a ignorar-me o cansaço.
E um sussurro esperançoso teima, ainda.
"Se eu pudesse moraria dentro do teu abraço".
A tua doce presença envolve tudo.
E o tudo é quase o mundo.
E o mundo é quase nada.
E um sentir assim, quem me dera
que as horas fossem segundo.
Que os meus olhos falassem
para te dizer se pudessem.
Que teus olhos adivinhassem.
A suplica que tem nos meus.
Toda vez que eu te olhasse.
E a alegria que vem do cerne.
E o coração que vem a boca.
E a alma que sua frio.
E o desejo que é metafísico.
Além do quanto te odeio.
Pois, que odeio odiar-te.
E assim um suspiro de pena.
Vai-se em cinzas serenas.
O que eu quero mesmo, é amar-te.
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