Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Num banco da praça

 

Sentado aqui neste banco da praça
Vejo a vida passar.
Estranhamente a passar…
Lentamente…como num filme em câmera lenta.
O tempo aqui é próprio
E tem seu tempo certo:
-Passa para não mais voltar.
-Passa para ficar.
Passos lentos ou apressados, tanto faz
Todos passam e quase sempre não voltam mais…
Caminhos se entrelaçam entre eles.
E assim o dia vai passando
O sol levantando alto
Preparando lugar para a lua.
Portas abriram e já fecharam
Carros passaram e não retornaram.
Minha inspiração também passa
Só ela sei que voltará.
Parece que os caminhos só têm ida
(Só esse meu caminho não tem fim).
A cidade em volta da praça vibra
E vai passando o seu dia.
Se alguém senta-se ao meu lado
-Conversas jogadas fora
Que saem à procura de outros caminhos.
Cachorros também aqui passam
E farejam a praça, indiferentes a tudo.
Sentado aqui neste banco da praça
Vejo minha vida passar…

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 157 - Fevereiro de 2018