André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Ateliê da vida

 

De uma luz ao meu encontro vem
E vem o céu me acordar dizendo:
"Eu sou azul em linho sem remendo...
E vou tecendo o dia para o bem..."

"Pois, tudo que eu visto é estupendo
Mas, eu jamais deixei sem veste alguém
Em pura seda ou em surrão contém
A luz da vida mesmo ao horrendo..."

"Com minhas linhas especiais douradas
Eu só costuro às vidas encontradas
Para o amor vestir o sofrimento..."

"Rasgadas roupas, oh! Eu muitas, vejo
Mas, no ateliê dos meus desejos,
Eu guardo a vós dourado aviamento..."

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 157 - Fevereiro de 2018