Isis Martins Giroldo
Quinta do Sol / PR

 

 

Um poeta

 

Um poeta não decide quando escrever
Nem mesmo o que sairá de um papel
Vai pegando palavras que vagam soltas
E delas faz uma dança e até um cordel
Às vezes trava naquela rima que não sai
Pode acontecer em qualquer momento
Uma criança brincando, o vento que sopra
As primeiras estrelas vistas no firmamento
É de repente, ele chega de surpresa
Quando menos se espera, te provoca
Pedindo para que dele se faça a mágica
A dança das palavras que no fundo toca
Se encontrares um poeta ausente, calado
Deixe estar e respeite sua displicência
Deve ter perdido a palavra mais bonita
Aquela que faria o poema ter sequência
A poesia traduz o que o poeta sente
E vai fazer sentido no coração alheio
Pode ter inúmeras traduções e definições
Vai depender do que o coração está cheio
Pode ser um turbilhão de sentimentos
Lágrimas se provocar a ferida dolorida
Risos e arrepios se o amor fecundo está
Cabe a você se é espinho ou flor colorida
Sempre haverá um sentido perfeito
O poeta sabe o que carregas no peito.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018