José Luiz da Luz
Ponta Grossa / PR

 

Estrelas decadentes

 

Do céu das bocas humanas,
Descem estrelas profanas.
Tão cadentes, tão mundanas,
Decadentes e tiranas.

Voam vozes desumanas,
Criando leis tão insanas.
Desonrando com cobiças,
Só crescendo as injustiças,
Os poderes se blindando,
E os maus só prosperando.

Parece uma noite intensa,
Só de estrelas decadentes,
E a população tensa,
À mercê dos indecentes,

Estrelas, tão decadentes,
Afoitas no mar da língua.
Cuspindo chamas ardentes,
E levando o povo à mingua.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018