Mamede Gilford de Meneses
Itapipoca / CE

 

Para e pensa com ternura

 

Tenho vontade de reaver
A liberdade que o Pai me deu
E o ser da minha companhia
Absorvido pela antipatia
Põe espinhos no caminho
Do dia a dia que me norteia.
O reclamo com humildade
E ele tomado por impulso
Regurgita poções da peçonha
Que o faz pequenino
Para manter com civilidade
A senha-padrão de um senhor.
Antes tarde que nunca
Luta pelo bem-estar
E a sanidade da prole
Formada na manhã aprazível
Sob mil juras de amor
Nas vistas do Supremo.
Mas, se isto agravou
Tua nobre integridade
Para e pensa com ternura
Ou te manda no corcel
Da ilusão que te alivia
No final de cada semana.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018