Tânia Mára Souza Guimarães
Uberaba / MG

 

 

Desejo escrever...

 

 

Desejo escrever como se deseja água após uma longa caminhada...
como se tem fome após horas de jejum absoluto.
Desejo escrever porque ao caminhar pelos desertos da vida,
ao caminhar em meio às fontes cristalinas,
ao caminhar sobre a relva molhada pelo orvalho matinal,
ao caminhar por uma longa via de concreto onde a “floresta” de altaneiros prédios
sufoca a alma e provoca o desejo de fugir e refugiar-se no interior... enfim,
porque todos os passos dados escrevem histórias especiais,
descrevem vidas, descrevem desejos e vontades, falam de histórias ainda a serem escritas...
Porque os caminhos da vida escrevem histórias feias tanto como escreve histórias bonitas...
porque os sonhos e a vida nada mais são do que uma incrível história a ser escrita...
Desejo escrever porque na alma borbulham palavras que querem ser ditas de forma fixa...
porque palavras desejam ser eternizadas por meio da incrível aventura da escrita...
Enfim, desejo escrever porque almejo contar das fortes emoções
provocadas por letras sobrepostas, que trazem sentido à vida...
que a tornam bem mais bonita...
Desejo escrever agora quando o tempo sobra...
desejo escrever lá fora contemplando a natureza...
desejo escrever com lágrimas, sorrindo, sonhando, amando...
desejo escrever porque esse é também um belo jeito de amar...
Desejo escrever porque fazê-lo, é sonhar com o lápis na mão...
Porque escrever, é como ser capaz de esculpir o barro tosco tornando-o bela obra de arte...
Porque escrever, é como compor uma canção que toca fundo o coração...
Porque escrever é como pintar uma tela aprisionando ali uma bela paisagem,  sendo capaz de pôr a alma nela a fim de causar ideia de uma total liberdade...
Porque escrever é como acrescentar poesia à realidade...
Desejo escrever porque escrever é como viver...
Resumindo, desejo escrever porque certamente, sempre haverá alguém especial como você para ouvir com o coração o que disseram os meus lábios, por meio de minhas mãos!

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018