Maria de Jesus Silva Amorim
Viana / MA

 

 

Viana, rica pérola

 

 

Ao levantar da aurora
Ao longe o crepúsculo
Surge assaz e altaneira
A minha terra querida.

Viana da inspiração
 Sonhos e meditação
De lendas e cantos
De mitos e encantos.

O tempo passou
Muito, muito tempo
Sofrida e dilapidada
Corroída pelo abandono.

Logo, resta a saudade.
Vale a eternidade
O que resta de natural
Da beleza material.

O lago assoreado,
Os verdes campos
Tomados por cercas
 Não são os mesmos.

O peixe escasseia
As aves nativas partem
Em revoadas
À caça de alimento.

A rica e imponente cultura
Berço de belos folguedos
Folclore, festa e ritmos
Cede espaço ao ócio.

Os ilustres escritores
Só resta a memória
Dos poucos registros
Que resistem ao acaso.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018